segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Novidades literárias


A vida no Céu, José Eduardo Agualusa

A Vida no Céu é um romance distópico, num futuro que se segue ao Grande Desastre, e em que o Mundo deixou de ser onde e como o conhecemos. Encontrando-se o globo terrestre inteiramente coberto por água, e a temperatura, à superfície, intolerável, restou ao Homem subir aos céus. Mas essa ascensão é literal (não é alusiva ou simbólica): a Humanidade, reduzida agora a um par de milhões de pessoas, habita aldeias suspensas e cidades flutuantes - dirigíveis gigantescos denominados Tóquio, Xangai ou São Paulo -, e os mais pobres navegam o ar em pequenas balsas rudimentares. Carlos Benjamim Moco é o narrador da história. Tem 16 anos e nasceu numa aldeia, Luanda, que junta mais de cem balsas. O desaparecimento do pai fará com que Benjamim decida partir à sua procura.




O livro dos camaleões, José Eduardo Agualusa

Um ditador africano, muito respeitado em Portugal, escreve a sua biografia. Um famoso marinheiro maltês visita São Tomé, depois de passar por um lugar onde o tempo não passa. Um antropólogo descobre-se nu e indefeso diante de uma mulher. Uma zebra persegue um escritor. Uma virgem perde a cabeça.
Neste O Livro dos Camaleões cruzam-se personagens em busca de uma identidade, ou em trânsito de identidade, atravessando diversas épocas, do século XIX aos nossos dias, e diversas geografias, das savanas do Sul de Angola às ruidosas ruas do Rio de Janeiro.
Algumas destas personagens são arrancadas à realidade ou inspiradas em figuras reais. Não se trata de saber onde termina a realidade e começa a ficção. Trata-se de questionar a própria natureza do real.





O Homem que sabia contar, Malba Tahan


Um humilde pastor persa do século XIII, Beremiz Samir, exímio no exercício da arte de calcular, é o protagonista deste livro. O enredo ambienta-se no exotismo do Médio Oriente, mesclando aspectos da cultura islâmica, da herança grega e de outras grandes culturas com curiosidades da matemática e reflete com fascinante realismo o clima filosófico, religioso e social da época. No universo narrativo são integrados curiosos problemas e enigmas matemáticos e lógicos, aparentemente complicados mas sempre iluminados pela simplicidade dos raciocínios que lhes proporcionam solução, desvendados por Beremiz, o personagem com habilidade e raciocínio lógico. A acção termina com a tomada de Bagdad pelos mongóis, no ano de 1258 da nossa era, marco histórico que assinala o fim da hegemonia árabe no Médio Oriente.
O leitor aprende a matemática pela história, e a história pela matemática.




O rapaz que contava histórias,Zana Fraillon

As histórias não podem ser aprisionadas.
Subhi é um rapaz cheio de sonhos. Desde que nasceu, vive com a mãe e a irmã num campo de detenção permanente de refugiados.
Nunca conheceu nada para lá das cercas e das tendas de lona, mas a sua imaginação não tem limites.

Todas as noites, Subhi ouve o longínquo canto das baleias e escuta o que os pássaros vêm sussurrar-lhe ao ouvido. As histórias que ouve, que lê e que conta tornam-se o centro da sua vida.
Até que, um dia, Subhi conhece Jimmie, uma menina que vive do lado de lá da cerca de arame. Ela traz consigo um caderno escrito pela sua mãe, já falecida. Mas Jimmie não conhece as letras e é Subhi que lhe lê as histórias daquele livro tão especial e mágico.
Cada conto dá lugar a uma revelação. Cada revelação dá lugar a novas histórias contadas dos dois lados da cerca.
Pelo caminho, uma amizade profunda vai crescendo, trazendo consigo o conforto e a coragem de que Subhi e Jimmie vão precisar até conquistarem, finalmente, a liberdade.




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